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Pizza Diavola - Federica
©DRPizza Diavola - Federica

Federica é o novo italiano da cidade com massas caseiras e pizzas de fermentação lenta

O quinto restaurante do Panorama Grupo aposta em receitas tradicionais e num menu quase 100% italiano. Das massas às pizzas, dos vinhos às sobremesas.

Escrito por
Mariana Morais Pinheiro
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A playlist do espaço é ecléctica e percorre sem pudor os clássicos italianos das últimas décadas. Das árias portentosas de Andrea Bocelli, que revibram nas colunas, ao pop-romântico de Eros Ramazzotti, que um ou outro cliente não resiste em trautear. O Federica é o mais recente restaurante do Panorama Grupo, que detém outros quatro espaços espalhados pela cidade: o Terra Nova e o Taberna Rio, ambos na Ribeira, o Escama, na Rua de Mouzinho da Silveira, e o Atrevo, umas portas ao lado deste novo empreendimento, a poucos metros do Passeio de São Lázaro.

“O sonho de abrir um restaurante italiano já é antigo. No Terra Nova tínhamos um prato de bacalhau com massa fresca que era um sucesso. E isto era novidade, porque há sete anos não havia muitos sítios no Porto que fizessem massa fresca de raiz”, começa por contar Vasco Amaro, um dos sócios do grupo, juntamente com José Maria Dias, António Leitão e Pedro Almeida. “Começou a fazer sentido abrir este restaurante porque o Atrevo, que funcionava aqui [num espaço que o chef Pedro Limão também ocupou em tempos], passou para um lugar mais amplo, aqui ao lado. E à vontade de abrir um italiano juntámos o know-how do Rafael Gomes, que é o chef do grupo, e que já tinha trabalhado em Londres no Lime Wood, um restaurante de inspiração italiana com uma estrela Michelin”, acrescenta.

Arancini - Federica
©DRArancini - Federica

O ecrã do telemóvel acende-se. Já passa das 13.00 e os antipasti sucedem-se sobre as mesas num dia normal de trabalho. Além dos costumeiros cestos de pão, grissini, pratinhos de azeite e pães de alho com formato de pizza, no menu surgem outros menos vistos, que vale a pena pedir, como a caponata, uma mistura de beringela com pimentos, uvas-passas, anchovas e pinhão; ou a peperonata, feita com pimentos assados, alcaparras, orégãos frescos e um toque de limão. Ambas bem temperadas e a chamar pelos dias mais quentes de Verão, são servidas em latinhas de conserva e custam 3€. Deste lote, fazem ainda parte os bons arancini, típicas bolas de arroz fritas e recheadas com carne e queijo, que vêm quentes e estaladiças para a mesa (9€); o coração de alcachofra marinado (3€) e a clássica salada caprese, com mozzarella, tomate e manjericão (9€).

“Esta secção da carta funciona muito bem ao final da tarde. Um grupo de amigos pode sentar-se aqui a petiscar algumas destas sugestões, enquanto bebe um copo de vinho, sem ter, necessariamente, que entrar pelos pratos principais”, explica Vasco, acrescentando que o antipasti Federica foi pensado para esse efeito. É composto por pão, pão de alho, quatro dips, três marinados e quatro arancinis e alimenta até quatro pessoas (32€). E há uma esplanada onde, com um pouco de sol, tudo isto cai mesmo bem.

Federica
©DRFederica

Pastas caseiras e massa de pizza de fermentação lenta

A carta, depois, desenrola-se sem grandes confusões e pretensiosismos. É clara, curta e honesta. Primeiro surgem as pastas, depois os risotos e as pizzas e, por fim, os doces. Caseiras, as massas confeccionadas no local e de modo artesanal são o grande trunfo deste Federica. “Costumo dizer que a massa que eu faço na noite anterior é a massa que eu estico de manhã”, diz Rafael, explicando o porquê de na carta aparecer apenas um tipo de corte: o tagliatelle. “Porque cobre o maior número de receitas e porque pareceu-nos mais seguro apostar apenas num corte, uma vez que estamos em fase de abertura, do que ter vários. Qualidade acima da quantidade. Contudo, no menu executivo, volta e meia é possível encontrar outros tipos de massa, como as massas recheadas. Já fizemos raviolis de frango e cogumelos; tortelloni de polenta com alcachofras, tomate e trufa, ou gnocchi com molho de tomate e burrata fumada”.

Assim sendo, da carta pode escolher entre tagliatelle verti com espinafres, pesto de pistáchio e ricota; tagliatelle rosso com pesto de pimento, ricota e chilli; tagliatelle bolognesa com bolonhesa, azeitonas e queijo Parmesão; ou a la carbonara, com guanciale e queijo pecorino, entre outras opções (entre os 12€ e os 16€) – todos com a massa cozinhada al dente no ponto certo. 

Tagliatelle a la Carbonara - Federica
©DRTagliatelle a la Carbonara - Federica

Quanto aos risotos, há dois. Um com camarão (18€) e outro com cogumelos eryngui e shimeji (16€). O arroz com que os preparam vem de Alcácer do Sal e é a excepção (boa!) num menu quase 100% de origem italiana. Chega-lhes às mãos através da Rice Crafters, o projecto no vale do Sado que se dedica à produção de arroz de forma sustentável e ecológica. 

De resto, mantiveram-se fiéis ao que haviam idealizado. “Trabalhamos com queijo parmesão e pecorino DOP, que são queijos de pasta dura, vindos de Itália; já os queijos frescos, como a mozzarella fumada que também servimos, vêm de um produtor italiano que tem uma fábrica na Maia chamada Fior di Latte”, avança Rafael, acrescentando que o azeite e muita charcutaria tem origem siciliana.

Risoto de cogumelos - Federica
©DRRisoto de cogumelos - Federica

Alguns destes produtos são usados na confecção das pizzas, cujas massas fermentam entre 24 e 48 horas. Além das clássicas Margherita, Funghi e Diavola, apresentam ainda a Aliche, com tomate San Marzano DOP, mozzarella, anchovas e azeitonas; e a de quatro queijos e trufa, de base branca, com mozzarellas, fontina e gorgonzola, azeite de trufa e trufa raspada ao momento (entre os 12€ e os 17€).

Federica
©DRTiramisù

Também de Itália chegam os vinhos que preenchem a carta de bebidas e os cannoli que abrilhantam as sobremesas, recheados no restaurante com ricota, chocolate branco e pistáchio. Se ainda lhe sobrar espaço, não saia do Federica – “que é uma homenagem às mães e filhas” dos sócios – sem provar o incrível tiramisù regado com um caramelo feito com vinho da Madeira (sobremesas entre os 4€ e os 7€) ou pedir um affogato, uma taça de gelado com um expresso quente por cima, que é do mais italiano que há.

Rua do Morgado de Mateus, 49. 92 225 3156. Ter-Sáb 12.30-15.00, 19.00-22.00

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